terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Review: Castle 6x17 - In the Belly of the Beast.














Olá! Já é clichê eu começar as postagens com um "quanto tempo". Considerando que dessa vez foi um graaaaande tempo mesmo. Mas lá vou eu novamente na tentativa de trazer algumas postagens para o blog e quem sabe outros projetos. 

Dessa vez vou voltar com uma review sobre uma das minhas séries favoritas, Castle. De um episódio muito bom da sexta temporada e que serviu como um texto teste para eu assumir as reviews dela no site Temporada Em Série. Quem quiser ver as outras podem encontrá-las aqui. Deixo essa sessão aberta para caso qualquer série/filme aleatoriamente mereça uma review e venha uma inspiração, posso vir postar aqui. 



Castle 6x17:  In the Belly of the Beast.



“Mas é da Beckett que estamos falando. É sua noiva, mas também é uma policial muito boa, não a subestime.”


Mosaico de emoções. Se há um personagem em Castle que desde a 1ª temporada conquistou seus expectadores e o protagonista masculino pela sua intensidade, foi Katherine Beckett. Em seis temporadas, a evolução de sua força, a variância de suas emoções e principalmente seu desabrochar firmou um personagem com dégradés intensos e admiráveis de acompanhar. Em In the Belly of the Beast, meu prazer maior de assistir esse incrível episódio, foi mais uma vez sentir um personagem tão bem explorado e aprender cada vez mais um novo lado de seus infinitos particulares. 

Sim, é de Beckett que estamos falando. Aceitando uma missão em um dia prazeroso de
folga, a detetive não só foi direcionada ao perigo, como também assumiu a condução de 40 e poucos minutos com um gostinho intenso em Castle que poucas vezes tive a oportunidade de sentir. Já vi Beckett em inúmeras situações de quase morte, enfrentando medos e traumas, quebrando muros de sentimentos, e reconstruindo uma personagem de um perfil totalmente diferente do que um dia fora. É intrigante observar e ainda pensar como uma Beckett de tempos atrás reagiria nesse episódio. E mais belo ainda é ver como dentro de um personagem, há uma explosão de sentimentos revigorantes. A Beckett de hoje ama e necessita verbalizar seus novos alentos. E isso não revela sua fraqueza. Muito pelo contrário, transborda razões pelo qual viver. Beckett se agarra em sua missão, faz dela o ponto máximo de um medo, e o máximo de sua coragem. Enquanto ela jogava água em sua face encarando um espelho, tentava manter seu foco e poderia ter desmoronado, mas afirmou sem dúvidas: tinha que viver.

E 47 mil palmas para Stana Katic que viveu a verdade de cada cena de sua personagem. Um último suspirar imerso em água, uma tortura firme e agonia presente, foram o pico. Mas minha ressalva e contemplação maior foi o modo como ela absorveu e passou cada mínima mudança de comportamento da Beckett no seu maior destaque nesse episódio: Para cada tela suja e terreno desconhecido, uma tinta humana e adaptativa. É aqui que firmamos e valorizamos Katherine. Não importa onde, em DC, no loft, num quadro brando simples de assassinato... É aquela que honra o que lhe é designado não importa quanto desconhecido pareça.


“ - Você o deixa no porão?
- Ele gosta de lá. Ele acha que combina com ele.”


Aquietando essa necessidade que tive de iniciar falando da melhor parte humana retratada nessa produção, retomo ambientando e sou jogada literalmente num cenário sufocante diferente de tudo que Castle já buscou. Não era só o Ryan trazendo uma informação dos narcóticos que ajudaria na investigação. Exploraram as cenas, personificaram as inferências de crimes de becos e pessoas sujeitas a trabalharem ilegalmente. Acostumada a crimes de pessoas solitárias atrás de atenção, ser jogada para o porão, ralos de sangue, paredes sujas e ar clandestinas, provocou um impacto diferente. O contato era próximo, a espiada pela janela à van cheia de mulheres era sombria.




E como bom convite para o episódio não temos uma vítima estirada ao chão pelo qual explorar. Toda a trama é direcionada por uma operação ativa de outro departamento. O chamariz para nos prender era mistério de quem realmente era Elena Markov e o quanto Beckett estaria encrencada, até o Lazarus e o sentimento de que este poderia revelar decisivos destinos. Os ângulos são diferentes e gostei bastante dos recursos que reforçaram essa percepção. A utilização de uma voz narrativa tanto para orientar Beckett via escuta até o hotel, como também usada por ela na van deram a ideia de um 3ª plano em ação, sem precisar de um diálogo ou conversa jogadas de uma só vez para expor a trama ou explicar o que estava acontecendo. 

E já que citei vozes ativas, também queria destacar a presença da Gates no episódio. Achei a condução que a capitão deu a investigação racional, mas com uma imposição marcante e zelosa pela sua subordinada. Assim como Castle. Eu preciso expor que amei ver a preocupação do personagem e ainda ressaltar o quão ele também tem suas variâncias. Eu não esperava ver e nem queria a mesma aflição e desestabilidade que mostrou em Target com sua filha Alexis. São relações diferentes, convivências e histórias diferentes. Com a própria Beckett ele já viveu inúmeras situações de risco. E é ai que está a magoa maior. Sua impotência. Não poder estar junto para dividir com sua parceira a dor do momento. É uma preocupação calada, sufocante. E achei tão bem colocada que me lembrou muito o episódio Rise, quando Beckett estava no hospital.  Ele se reclui em seus complexos, pela falta de quem melhor consegue trazer todo um mundo guardado nele à tona. 

Quando chegamos ao clímax e disfarces de Elena com identidade de Lazarus se interceptaram na mesma ânsia de “é agora que tudo se revela”,eu simplesmente fiquei estática pela voz do grande chefe. Agradeço tanto a falta de spoiler, porque realmente achava que se não era tal vilão, seria outro, foi surpreendente. Um inimigo do passado, e parecia tão culpado na 3ª temporada, desdenhoso com Johanna Beckett e sua filha, se revela realmente tão sujo e inevitavelmente ligado a trama mais trabalhada da série. 
Dando um “google” rápido no significado de Lazarus, encontro  aquele que Deus traz a vida. Acho que todos tinham uma pulga atrás da orelha de como trariam Bracken de volta a cena. E mesmo não sendo ele o antagonista principal e esperado do episódio, no final, quando Lazaus se mostrou ainda maior do que seria, fui pega pelo gostinho de perceber a irônica repetição.

“Quem me conhece sabe que cheguei aqui hoje fazendo de tudo para completar o trabalho. E é esse tipo de liderança que o pais precisa.”

Cada peão e camuflagem usada 19 anos atrás (somado aos anos que já passou desde a 3ª temporada haha), vão se repetir para uma causa realmente maior. E depois de todas as conseqüências de um abuso de poder que Beckett presenciou, com certeza deixar a ideia de seu maior inimigo liderar o país pela qual ela vive para proteger, não passará sem incômodos por sua mente. No final, um ar longe, mente inquieta mirando a face de uma ameaça; a expressão perfeita para um plot que vai render outros muito bons episódios. Mas no futuro! Porque ao estender a mão para Castle que tentava tirá-la de seu desconforto, Katherine Beckett confirmava ser mais do que já foi. E um gesto pequeno para encerrar o episódio, se tornou tão significado: ela escolhia a calmaria que Castle lhe proporcionava em frente qualquer ódio impensado.

“ A única coisa que me deu forças foi pensar em você. Você estava comigo o tempo todo.”


Para fechar, a maior reiteração de uma forte personagem ante um sombrio se encontra no momento de sua maior fraqueza. A carta. Quando a sombra da morte realmente caiu sobre os ombros de Kate, ela reavaliou o melhor de sua vida, sentiu o chacoalhar de seus sentimentos. Eram emoções intensas que precisavam ser posto para fora e retratar o lado humano da Beckett que por muito tempo foi escondido, mas para a personagem foi, sobretudo a aceitação de sua força. Uma parceria que lhe daria o melhor dos motivos para continuar: um futuro. E então com todo o sentimento e entonação de dilacerar corações que Stana conseguiu dar (não pronunciem "relationship" na minha frente que caiu chorando), e para ninguém nunca duvidar, a presença de Castle em Beckett, Beckett em Castle será revigorante, sempre.






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PS: Eu terminei de escrever algo com sentido? Porque desde que vi esse episódio, mil e um sentimentos diferentes se chocam. Estava tão tensa e desorientada pela junção de todos os fragmentos dele que simplesmente não conseguia organizar nada. HAHA

PS2: Depois de querer me agarrar com a tela, vendo a carta, criei variadas possibilidades de num futuro esse pequeno papel ter um papel importante para levá-los a alguma pista, ou salvar um dos pombinhos. Não sei. Apenas sei que fantasiei Beckett sumindo de novo, Castle procurando e achando a carta... Mas era só os feelings gritando.

PS final: Stanaaaaaaa, fale russo no meu ouvido.


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