Olá! Já é clichê eu começar as postagens com um "quanto tempo". Considerando que dessa vez foi um graaaaande tempo mesmo. Mas lá vou eu novamente na tentativa de trazer algumas postagens para o blog e quem sabe outros projetos.
Dessa vez vou voltar com uma review sobre uma das minhas séries favoritas, Castle. De um episódio muito bom da sexta temporada e que serviu como um texto teste para eu assumir as reviews dela no site Temporada Em Série. Quem quiser ver as outras podem encontrá-las aqui. Deixo essa sessão aberta para caso qualquer série/filme aleatoriamente mereça uma review e venha uma inspiração, posso vir postar aqui.
Castle 6x17: In the Belly
of the Beast.
“Mas é da Beckett que estamos falando. É sua noiva, mas também é uma policial muito boa, não a subestime.”
Mosaico de emoções. Se há um
personagem em Castle que desde a 1ª temporada conquistou seus expectadores e o
protagonista masculino pela sua intensidade, foi Katherine Beckett. Em seis
temporadas, a evolução de sua força, a variância de suas emoções e
principalmente seu desabrochar firmou um personagem com dégradés intensos e
admiráveis de acompanhar. Em In the Belly of the Beast, meu prazer maior de
assistir esse incrível episódio, foi mais uma vez sentir um personagem tão bem
explorado e aprender cada vez mais um novo lado de seus infinitos particulares.
Sim, é de Beckett que estamos falando. Aceitando uma missão em um dia
prazeroso de
folga, a detetive não só foi direcionada ao perigo, como também
assumiu a condução de 40 e poucos minutos com um gostinho intenso em Castle que
poucas vezes tive a oportunidade de sentir. Já vi Beckett em inúmeras situações
de quase morte, enfrentando medos e traumas, quebrando muros de sentimentos, e
reconstruindo uma personagem de um perfil totalmente diferente do que um dia
fora. É intrigante observar e ainda pensar como uma Beckett de tempos atrás
reagiria nesse episódio. E mais belo ainda é ver como dentro de um personagem, há uma explosão de sentimentos
revigorantes. A Beckett de hoje ama e necessita verbalizar seus novos alentos.
E isso não revela sua fraqueza. Muito pelo contrário, transborda razões pelo
qual viver. Beckett se agarra em sua missão, faz dela o ponto máximo de um
medo, e o máximo de sua coragem. Enquanto ela jogava água em sua face encarando
um espelho, tentava manter seu foco e poderia ter desmoronado, mas afirmou sem
dúvidas: tinha que viver.
E 47 mil palmas para Stana Katic
que viveu a verdade de cada cena de sua personagem. Um último suspirar imerso em
água, uma tortura firme e agonia presente, foram o pico. Mas minha ressalva e
contemplação maior foi o modo como ela absorveu e passou cada mínima mudança de
comportamento da Beckett no seu maior destaque nesse episódio: Para cada tela suja e terreno desconhecido, uma tinta humana e adaptativa. É aqui que
firmamos e valorizamos Katherine. Não importa onde, em DC, no loft, num quadro
brando simples de assassinato... É aquela que honra o que lhe é designado não
importa quanto desconhecido pareça.
“ - Você o deixa no porão?- Ele gosta de lá. Ele acha que combina com ele.”
Aquietando essa necessidade que tive de iniciar falando da melhor
parte humana retratada nessa produção, retomo ambientando e sou jogada literalmente
num cenário sufocante diferente de tudo que Castle já buscou. Não era só o Ryan
trazendo uma informação dos narcóticos que ajudaria na investigação. Exploraram
as cenas, personificaram as inferências de crimes de becos e pessoas sujeitas a
trabalharem ilegalmente. Acostumada a crimes de pessoas solitárias atrás de
atenção, ser jogada para o porão, ralos de sangue, paredes sujas e ar
clandestinas, provocou um impacto diferente. O contato era próximo, a espiada
pela janela à van cheia de mulheres era sombria.
E como bom convite para o
episódio não temos uma vítima estirada ao chão pelo qual explorar. Toda a trama
é direcionada por uma operação ativa de outro departamento. O chamariz para nos
prender era mistério de quem realmente era Elena Markov e o quanto Beckett
estaria encrencada, até o Lazarus e o sentimento de que este poderia revelar
decisivos destinos. Os ângulos são diferentes e gostei bastante dos recursos
que reforçaram essa percepção. A utilização de uma voz narrativa tanto para
orientar Beckett via escuta até o hotel, como também usada por ela na van deram
a ideia de um 3ª plano em ação, sem precisar de um diálogo ou conversa jogadas
de uma só vez para expor a trama ou explicar o que estava acontecendo.
E já que citei vozes ativas,
também queria destacar a presença da Gates no episódio. Achei a condução que a
capitão deu a investigação racional, mas com uma imposição marcante e zelosa
pela sua subordinada. Assim como Castle. Eu preciso expor que amei ver a
preocupação do personagem e ainda ressaltar o quão ele também tem suas
variâncias. Eu não esperava ver e nem queria a mesma aflição e desestabilidade
que mostrou em Target com sua filha
Alexis. São relações diferentes, convivências e histórias diferentes. Com a
própria Beckett ele já viveu inúmeras situações de risco. E é ai que está a
magoa maior. Sua impotência. Não poder estar junto para dividir com sua
parceira a dor do momento. É uma preocupação calada, sufocante. E achei tão bem
colocada que me lembrou muito o episódio Rise,
quando Beckett estava no hospital. Ele
se reclui em seus complexos, pela falta de quem melhor consegue trazer todo um
mundo guardado nele à tona.
Quando chegamos ao clímax e
disfarces de Elena com identidade de Lazarus se interceptaram na mesma ânsia de
“é agora que tudo se revela”,eu simplesmente fiquei estática pela voz do grande
chefe. Agradeço tanto a falta de spoiler, porque realmente achava que se não
era tal vilão, seria outro, foi surpreendente. Um inimigo do passado, e parecia
tão culpado na 3ª temporada, desdenhoso com Johanna Beckett e sua filha, se
revela realmente tão sujo e inevitavelmente ligado a trama mais trabalhada da
série.
Dando um “google” rápido no
significado de Lazarus, encontro aquele que Deus traz a vida. Acho que
todos tinham uma pulga atrás da orelha de como trariam Bracken de volta a cena.
E mesmo não sendo ele o antagonista principal e esperado do episódio, no final,
quando Lazaus se mostrou ainda maior do que seria, fui pega pelo gostinho de
perceber a irônica repetição.
“Quem me conhece sabe que cheguei aqui hoje fazendo de tudo para completar o trabalho. E é esse tipo de liderança que o pais precisa.”
Cada peão e camuflagem usada 19
anos atrás (somado aos anos que já passou desde a 3ª temporada haha), vão se
repetir para uma causa realmente maior. E depois de todas as conseqüências de
um abuso de poder que Beckett presenciou, com certeza deixar a ideia de seu
maior inimigo liderar o país pela qual ela vive para proteger, não passará sem
incômodos por sua mente. No final, um ar longe, mente inquieta mirando a face
de uma ameaça; a expressão perfeita para um plot que vai render outros muito
bons episódios. Mas no futuro! Porque ao estender a mão para Castle que tentava
tirá-la de seu desconforto, Katherine Beckett confirmava ser mais do que já
foi. E um gesto pequeno para encerrar o episódio, se tornou tão significado:
ela escolhia a calmaria que Castle lhe proporcionava em frente qualquer ódio
impensado.
“ A única coisa que me deu forças foi pensar em você. Você estava comigo o tempo todo.”
Para fechar, a maior reiteração de uma forte personagem
ante um sombrio se encontra no momento de sua maior fraqueza. A carta. Quando a
sombra da morte realmente caiu sobre os ombros de Kate, ela reavaliou o melhor
de sua vida, sentiu o chacoalhar de seus sentimentos. Eram emoções intensas que
precisavam ser posto para fora e retratar o lado humano da Beckett que por
muito tempo foi escondido, mas para a personagem foi, sobretudo a aceitação de
sua força. Uma parceria que lhe daria o melhor dos motivos para continuar: um
futuro. E então com todo o sentimento e entonação de dilacerar corações que Stana
conseguiu dar (não pronunciem "relationship" na minha frente que caiu
chorando), e para ninguém nunca duvidar, a presença de Castle em Beckett,
Beckett em Castle será revigorante, sempre.
-
PS: Eu terminei de escrever algo
com sentido? Porque desde que vi esse episódio, mil e um sentimentos diferentes
se chocam. Estava tão tensa e desorientada pela junção de todos os fragmentos
dele que simplesmente não conseguia organizar nada. HAHA
PS2: Depois de querer me agarrar com a tela, vendo a carta, criei variadas
possibilidades de num futuro esse pequeno papel ter um papel importante para
levá-los a alguma pista, ou salvar um dos pombinhos. Não sei. Apenas sei que
fantasiei Beckett sumindo de novo, Castle procurando e achando a carta... Mas
era só os feelings gritando.
PS final: Stanaaaaaaa, fale russo no meu ouvido.
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